sábado, julho 31, 2004

Morte a Essência do Ser

Calma, frio, escuridão.
Uma caverna onde o meu espírito se esconde.
A minha mente nao está alcoolizada, mas sim o meu espírito, a minha alma. E não é hoje, já vem de algum tempo.
Mas de certa forma será que a sobriedade mental existe? Será ela possível? Ou para isso criamos os ídolos. E os deuses. Para lançarmos neles todos os nossos ideiais inalcançanveis, de modo que julgamos que adorá-los é a unica forma de atingir a felicidade.
Mas não estaremos então a aprisionar-nos? A prender o nosso espírito com amarras que vêm das profundezas do ser humano!
Tou parvo!
Mas isso não é um reflexo de mim nas outras pessoas?
Se eu fosse um eremita considerar-me ia parvo?
Quem seria o modelo para comparação? Nao seria isso considera-me de alguma forma inferior?
Mas isso não é falta de auto estima?
Guardo estes pensamentos no cofre do meu eu. Do qual so eu tenho a chave. Esse meu interior inantigível, que tantas vezes é desejável!
E que porém se esconde como que com medo, como uma criança que teme o escuro.
Contudo o escuro apenas esconde a realidade cruel da vida e suprime os nossos sentidos para tal.
Mesmo assim desejamos ver tudo aquilo que é negativo, porém ignorámos e fazemos por esquecer aquilo que vemos.
É o contra-senso da vida humana.
A construção da deconstrução.
Imagina que consomes qualquer tipo de droga! Seja ela qual for... Não é o mesmo que apagar a luz? Apagar a luz da mente.
Dessa forma suprimes os teus sentidos para atingires outra realidade.
Mas essa realidade é falsa e só existe em ti!
... porém o que é mais real do que o que existe em ti? O que é mais forte?
A tua percepção sensorial ou a tua racionalidade?
Embora a resposta seja apetitosa, os nossos sentidos levam a avante e acabam por conquistar as soluções das nossas vidas.
Preferímos confiar neles do que pensar?
Eu nao penso!
Os meus sentidos fazem no por mim. Se eu pensa-se existia, e então eu apercebia me disso.
Porémsó sei que existo porque tenho esses sentidos!
Sem eles será que eu me considerava vivo?
Se perdesse todos os sentidos de repente considerar me ia vivo?
Ou passava a um qualquer estado de metamorfose em que a alma seria a definição mais próxima.
Porem Platao diz que a alma habita em vários estados metafísicos e que passa por várias fases.
E esse estado seria completamente livre, fugindo a definição.
Então a morte surge como alternativa a resposta.
Mas sendo assim seria a morte tão má? Como poderia a morte ser assim?
Se me apercebo dos meus pensamentos ainda que suprimido dos sentidos?
E como seria tar assim indefinidamente sem limite temporal?
Seria a morte a definição certa?
Ou como diria Erasmo esta felicidade seria a loucura. Aqueles que pensam de forma diferente e têm a percepção de um mundo diferente... esses loucos sim são felizes!

Mas serão felizes?
Que felicidade ha em ser o unico a comtemplar...?
Sem ninguem para partilhar...
Sem ninguem para testemunhar aquilo que sentimos...
No fundo sem ninguem a atestar a nossa existência será que conseguimos senti-la nos mesmos?
Ou aí nasce a nossa procura incessante, da humanidade, por se concentrar, reproduzir,casar e prosperar.
Mesmo quando morremos alguém atesta a nossa existência, e escreve sobre ela.
Humor negro? Homenagem? Medo do desconhecido?
Afinal não foi para isso que criamos os deuses?
Não foi para isso que Osíris foi criado? Para fazer os mortos renascer ao nascer do sol, ou os cristãos que esperam pelo seu deus e o ultimo julgamento em que todos ressuscitam...
Porquê acreditar que vivemos depois da morte se passamos a vida a pensar em como será a morte?
Que faríamos depois?
Relembrar a vida?
O meu espírito permanece neste angústia de se sentir organico e mortal, limitado e ilimitado.
Somos tristes ou felizes?
Somos...
Somos algo?
... mas o que?
Que somos nos que não tenha sido definido por nós mesmos, criado pela nossa cultura
e inteligencia?
Inteligencia essa que nao é sinónimo de qualidade, mas sim de limitação!
Limitação que nos inibe de nos ver-mos a nós mesmos nús e descomprometidos.
Sem escudos de ideais e religiões!
Não apenas nós mesmos na pura essência do ser em que todos vivemos...
... mas de forma diferente e em mundos próprios.
Nunca ninguém verá o meu mundo como eu.
Nunca niguém conhecerá os meus pensamentos e terá a compreensão que eu tenho dos mesmos.
Entao pela cultura vingente estou já morto! Esquecido dentro de um organismo.
Ou será por descobrir? Perdido na esperança de ser encontrado nom meio do deserto da inexistência e da perpetuidade.
No fundo o meu eu está mais morto que qualquer outra coisa, pois ele habita em nenhures e nunca poderá ser encontrado, descoberto, ou contemplado.
Apenas os seus ecos podem ser ouvidos, mas nunca entendidos, cada eu tem a sua maneira de assimilação e e torna esses ecos parte de si mesmo.
Como que num acto canibal engole tudo o que lhe chega e transforma-o em partes de si mesmo, como que criando a originalidade.
Essa coisa tao cobiçada que não passa de um ideal inantigível.
Nos nossos limites humanos estamos sozinhos no meio da multidão e perdidos dentro de nós mesmos. Sós e esquecidos.
Tens noção de que não falo contigo mas sim comigo!
Tento libertar ecos de mim mesmo na esperança de ser recebido. Mas não devorado pelo apetite voraz da curiosidade e da compreensão.
...

Será a vida uma dádiva, uma maldição, um estado passageiro de maturamento e reflexão?
Ou apenas o nada...
Um acidente Químico, Físico que gera ligação de partículas na qual um elaborado laboratório
funciona por padrões aleatórios e incompreensíveis.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Real nice :)
keep up the good work !
(ás vezes o acto de questionar é mais importante do obter respostas) - Zeus

12:37 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A essencia do ser.. assunto bastante complicado de se definir em poucas palavras, visto que se inserem tantos pormenores: a socialização, educação, os valores absorvidos ... que vao moldando a personalidade de cada em e consequentemente, a forma como pensas e ages perante a vida. São questões como a Morte, a realidade ou o mundo das aparências com que por vezes nos defrontamos e queremos ir mais além. É tipico do ser humano a curiosidade e o gosto de saber mais e ir mais além, principalmente qd se consciencializa da sua finitude e da incompreensao do mundo que o rodeia.
Gostei bastante da tua reflexão :) Bastante profunda e completa.
Tens jeitinho pa coisa lol :P
Continua a escrever assim :) Vou dar sempre um saltinho ao blog para ver se tens algo novo.
Um abraço SlipJo

3:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Somos uma criatura que tenta insistentemente encontrar o equilibrio.Não somos nunca completamente felizes nem completamente infelizes.Oscilamos entre os opostos numa tentativa de compreensão desses que nos leve à compreensão da nossa existência.Somos portanto investigadores do conhecimento como forma de matar a nossa sede. Existimos sem saber porquê mas no fundo gostamos desse mistério e ocasionalmente somos cobardes e pensamos na morte adivinhando que esse será o nosso fim. Sh0re gostei muito de ler os teus textos e penso que é uma boa maneira de reflectir...escreves muito bem :D ovnigirl

4:30 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bem parece k é hj k vou dar inicio aos meus komments ...
já n era sem time né? ;)
Bem komecei aki por este e tal, já tinha dado uma vista de olhos mas nnka é d mais reler pq ... textos como estes sem dúvida ke vale sp a pena reler ...
Bem meu kerido ... estás sinceramente de parabéns ... gostei mt da presença de vária kestões ... é komo k s fizesses uma especie d introduçao a um ''tema'' mas ao mesmo tempo n prokuras uma konlusão konkreta ... deixas a mesma em aberto ...
respeitas a divergência de respostas ás tuas kestões e isso sem duvida dá mt valor á tua eskrita ... pois torna-a cada vez mais própria ...
Parabéns meu kerido ... and Keep Working

With love *
Cemy

7:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Somos o sangue que corre como rios dentro de nós.
Que nos empurra,nos segura,nos devora.
Somos montanhas de esperança, desertos de sede,mares de raiva.
Somos raízes que se agarram nas areias movediças,que nos arrasta sobre pedras.

Somos a significância que pulsa nas palavras,arrancadas com gestos
mortais que nascem no nada e se transformam na nossa essência.
Somos tudo!, somos nada!

"mors ultima ractio"

2:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

serás tu um duente mentau?, um perpeto condenado a viver acreditando nessas tolisses de sua mente insana ?

3:59 da tarde  
Blogger Shore said...

Define "duente mentau".

6:33 da tarde  

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