domingo, janeiro 09, 2005

Diagnóstico

Diagnóstico: TEM 24 HORAS DE VIDA. SINTO MUITO, FIZEMOS TUDO AO NOSSO ALCANCE. BOM DIA...



Ponham-se na pele do paciente... conseguem sentir!??? tudo é diferente quando somos reduzidos à condição de meros mortais... de maquinas químico-biológicas em busca da sua "verdadeira função"... não é?
Andamos tão abstraídos da nossa condição ... que quando a realidade nos bate à porta fingimos com cinismo que não está ninguém em casa... Estará mesmo alguém? Quém? O "filho" da nossa imaginação? Esse bastardo que só serve para aceitar-mos a punhalada nas costas com mais tranquilidade... ( ) ... cruel...


Já repararam o quão curta a vida nos parece quando a olhámos em retrospectiva...?
E de quem será a culpa? Quem desperdiça constantemente os "preciosos" segundos da nossa vida (esses malvados que correm com uma pressa inabalável) com incansável persistência...?
Que outro réu senão nós próprios... ?

Já alguma vez se iluminaram com a ideia de que projectámos mais a nossa vida, do que a vivemos? Será justo pensar que somos o Arquitecto da nossa vida e não o inquilino... que nela habita!? Outros preferirão também culpar certas criaturas divinas da má Arquitectura que lhes foi designada... (velhos e maus hábitos diria...)

Se fossemos arrebatados pela notícia. de que só viveríamos 10 anos que fariam ou pensariam....!?

... e se fosse 1 ano (apenas 365 dias...) e se fosse uma semana ou mesmo um dia...?

Admirados com as vossas respostas? Eu de certo que fico com as minhas... porém uma conclusão teima em se esconder no horizonte intelectual que a minha mente desenha...
Um vulto da mesma faz me sentir que a minha vida sofreria algumas modificações drásticas e e outras coisas se levantariam ainda mais para permanecerem inabaláveis... (como se de um motivo de orgulho se tratassem).

Porquê um condicionamento tão atroz da nossa vida por parte da "questão" tempo?

Somos realmente tão diferentes daquilo que desejámos para nós próprios.... ?!?

Na minha busca incessante por respostas às questões que sei impossíveis de esclarecer uma ideia me retém o pensamento: CADA SEGUNDO É UMA DÁDIVA ... UMA OPORTUNIDADE ÚNICA DE NOS REALIZARMOS AINDA MAIS... USA-O COMO SE DO ÚLTIMO SE TRATASSE...

Claro que reflexão é pessoal e inconclusiva e os limites da sua praticabilidade permanecem por se mostrarem esclarecidos, porém... talvez.... talvez .... mereça um e apenas um segundo da vossa atenção...

Porque quando ela chegar sentirei que todos eles foram escassos.... Afortunados dos que a esperam com ansiedade e um sorriso nos lábios...

10 Comments:

Blogger Perséfone said...

Sim, já reparei o quão curta a vida é, e já pensei que o tempo de que disponho não será suficiente para fazer metade das coisas que desejo, também já reparei que um dos motivos que nos leva a não realizar sequer metade do que queremos é o facto de passarmos demasiado tempo a idealizar o que não pode ser idealizado ao invés de simplesmente arriscarmos e agir. As nossas vidas acabam por se tornar repletas de intenções e desprovidas de realização. Somos ambos arquitectos e inquilinos da vida, temos de saber ocupar as devidas posições nos diferentes momentos da mesma e tirar o maior proveito das duas ou arriscamo-nos a uma vida delineada pela frustração e descontentamento. Há que aproveitar e fazer bom uso do pouco tempo de que dispomos.

[Ultimamente pareço comentar tudo o que escreves no calor do momento, não sei se é melhor ou pior, mas sei que não o consigo evitar. Muah*]

3:40 da manhã  
Blogger celialu said...

Penso que estás ainda muito abalado com a morte da tua mãe... Não é para menos... Perdi a minha há exatamente 6 anos, um mês e 3 dias... Ainda sinto vontade de contar as coisas para ela, ainda sinto o jeito e o olhar dela sobre mim...E já não morava com ela, tenho minha própria e grande família...Envelheci grandemente nestes anos, de físico e de espírito. É a vida! E é assim para todos, todos, todos....Saudações do Brasil!

3:48 da manhã  
Blogger Shore said...

Chaos Death Cult tem pelo menos 4 anos...
A morte da minha mãe 5 meses...
São factos e acontecimentos diferentes. Ainda assim obrigado pela tua palavra de apreço e demonstração de afecto...

Que ela te poupe a perda dos teus por muitos e bons anos...

4:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A vida seria curta nem ke vivessemos mil anos, e se vivessemos eternamente ela nao faria sentido, porque só conseguimos amar as coisas efémeras... mil anos ou 10 dias é no fundo a mesma coisa. A "truque" talvez nao seja aproveitar cada segundo ao máximo, vivê-lo porque uma vex que ele se torne passado ja nao o podemos viver jamais, talvez seja antes esquecermos que um dia será o fim, abstrairmo-nos disso e viver como se houvesse sempre o amanha, sem pressas, sem confusoes, assim talvez consigamos reflectir cada segundo e planear bem os proximos.
Fez sentido?? Eu tb achei que não.

4:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Night_Shadows

Muito resumidamente vou dizer o que penso.
Acho que o ser humano tem a tendência para dar valor às coisas mais insignificantes como: invejas, cinismos, hipocrisias, discussões doentias etc etc etc.
Pensamos apenas no amanhã em vez de vivermos o hoje e acabamos por fazer do hoje o passado e o amanhã... será sempre amanhã logo nunca passa de uma incógnita; ignoramos que, às vezes, as coisas mais simples são as mais belas e passamos ao lado sem darmos conta da sua existência; só damos valor às coisas e/ou pessoas quando as perdemos ou estamos prestes a perder porque as tomamos como garantidas; passamos a vida em correrias loucas para chegar a tempo disto, daquilo, de tudo e quando chegamos ao fim a conclusão é que, afinal, não tivemos tempo para nada e gastámos o tempo em busca de algo que nunca alcançámos ou alcançámos raramente.
Enfim, a verdade é que, em vez de aproveitarmos o dia de hoje e vivê-lo ao máximo, não o fazemos. E porquê? Acho que devido à sociedade em que vivemos e aos inúmeros parâmetros a ela inerentes. Isto de ser racional é tão mais complicado...
Bolas tinha tanto mais para dizer mas já me estou a esticar (e era só um breve resumo :P).

Beijos para tí mr. Shore :)

Post Scriptum - Já tinha dito que gosto do teu cantinho? Não? Então cá vai: levantas questões interessantes e expões as mesmas de uma forma bastante explícita, enfim, gostei mesmo muito :)

10:20 da tarde  
Blogger SweetSerenity said...

Quanto mais visível o fim mais conscientes da nossa efemeridade na terra nos tornamos. Porque nós não vivemos cada dia a pensar que algures no futuro vamos morrer; não temos consciência de algo que não sabemos como é nem quando vai acontecer. Preferimos ocupar-nos de banalidades do quotidiano, como a rotina e o que os outros pensam, como somos vistos "lá fora". Inconscientemente sabemos que há coisas mais importantes, mas ignoramos esse facto porque apenas pensamos no imediato e no imediato há coisas mais importantes a tratar que aquelas que serão levadas a longo prazo.
É verdade que arquitectamos a nossa vida, mas não é por isso que deixamos de ser os inquilinos... Podemos não concretizar o projecto, mas vivemo-lo, da mesma maneira ou com mais intensidade do que se o tivessemos realizado.
Devemo pensar que cada segundo é precioso...Porque cada segundo é a nossa vida... Porém, não concordo que devemos vivê-lo como se fosse o último...isso seria o caos. Apenas vivê-lo de forma a construir outros segundos de cada vez maior importância. Aproveitar os segundos de forma a podermos um dia olhar para trás e saber que não desperdiçamos tempo.

"Já repararam o quão curta a vida nos parece quando a olhámos em retrospectiva...?" - sim é verdade, mas porque esquecemos de recordar os pequenos pormenores que fizeram grandes diferenças sem nos apercebermos.

Bah...este post para mim não disse metade do que eu queria... Davam-me brancas a todo o tempo...enfim...ficou um pedaçinho do que penso.
Beijinho* e continua a escrever :)

12:44 da manhã  
Blogger Unknown said...

Grande Shore...
Quando o gajo pensa, pensa à séria.
das tuas conclusões inconclusivas nada tenho a dizer.
Penso apenas no quão bom seria se pudéssemos aplicar o conselho e viver cada segundo como o último... Sem preocupações quanto ao futuro. Sem estudar,planear vida, planear nada... Mas,e valeria a pena que pagamos se pensarmos que nesse casso só pensamos que a vida terá um fim? Penso que não. Vivo a minha vida como se ainda tivesse anos e anos à minha frente. Assim planeio, vivo, divirto-me, e não me preocupo com seu fim. Quando vier, que me apanhe. Só espero que seja indolor.


Um abraço.
Continua assim.

8:36 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

De recompensas e vitórias, se constrói uma vida...das perdas de uma pessoa que nos é próxima toda a gente consegue +/- imaginar qual será a dor...das vitórias de quem nos é "querido" por vezes não acontece o mesmo...
Quanto ao nosso dito destino, seja ele biológico, psicológico ou astral... de uma coisa tenho eu a certeza.... tá nas nossas "mãos" comandar esse navio...
Atrevo-me a dar-te um conselho: «Goza as recompensas e aprende com os desânimos» seja qual for a origem destes "espinhos", mas não te esqueças que cada vitória é um "tijolo" do teu império!!! STAY HEAVY \m/

4:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Confesso que já há muito tempo não pensava nestas questões.. por mero desleixo, falta de tempo.. sei la.. Eu própria não queria pensar porque isso remexe-me bastante. Não me considero uma pessoa feliz, embora por vezes aparente se-lo, nos tais instantes em que se está com os amigos..., mas qd volto para casa ou olho para o indefenido volto a minha condição decandente. Não sei o porquê, mas tal como foi dito noutros comentários.. talvez por não valorizar suficientemente os pequenos momentos, ou por realmente ser uma inconformista.. e nada do que faça atinja o plano idealizado pre-estabelecido da minha mente.
Desta forma, quando li a tua reflexão achei que a minha era completamente oposta. Se me dissessem que tenho um mes de vida acho que agiria da mesma forma que habitualmente, pois nada me diz que o mundo ira acabar. Quem sabe se esta não é uma passagem para uma outra vida?! São apenas crenças, suposições.. Para além disso, não sei de facto o que é verdadeiramente "viver ao máximo": se é tirar um curso, para ter um futuro estável, mesmo que para isso seje necessário abdicar de muitas saídas.. se contactar o mais intimimamente possível com o mundo e a sua beleza.
Actualmente assumo uma atitude deambulista. Observo, "vivo" mas sem grandes excessos. Faço o que posso e o que a minha consciencia me permite com um único proposito: existir mas sobretudo, sem sofrer demasiado.
Por hoje é tudo ;) Beijo*
SlipJo

3:59 da tarde  
Blogger Mália said...

Pois é, temos pouco tempo, e às vezes parece tanto... depende do que sentimos ou do que queremos. Realmente devemos sempre pensar como se estivessemos de dias contados (pois estamos) e viver cada momento como se fosse único, mas a realidade é que no stress diário esquecemos coisas tão fundamentais e só reparamos quando perdemos algo, para sempre. A perda de alguem muito próximo ajuda-nos a pensar muito do tempo que temos e no que fazemos com a nossa vida...
Continua a escrever.
Beijos

1:19 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home