segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Liberdade e Morte

Eis que o livro se abre, e mais uma alma entra naquilo que chamámos de existir...
Mais uma alma condenada aos moldes atrozes que a maquinaria pesada da sociedade lhe embosca. E mesmo que sem entender bem porquê a mesma se sente impelida a prosseguir o seu fado sem saber o que esperar ou que pensar...
Por vezes "ela" parece a solução mais fácil, mas aquela que alguns chamam de “thanatos” é apontada como sendo amiga de loucos e cobardes, e por isso a solução de um amigo ou uma entidade paternal imaginária que muitos nomeariam de divindade, acaba por ser o fio condutor de uma energia corrosiva das suas próprias entranhas.



Talvez por isso aquele que decide assinar o seu próprio livro no lugar de autor seja olhado com tanto desdém, incerteza e receio.
A sociedade teme aquilo que não compreende e logo se apressa a elaborar complexas teorias e justificações capazes de destruir qualquer ameaça à sua débil e delicada existência injuriosa.

Tudo o que o sistema não consegue dominar tem apenas dois fins: ou é exterminado ou assimilado. É neste temor mental que se faz o controle dos rebanhos sociais.
O "Matrix" não parece um conceito tão distante quando pensámos nas nossas democracias orientadas e nas religiões restritivas que ameaçam a nossa existência pura e simples...

A timidez não é um medo é apenas um escudo contra a repressão mental que a sociedade exerce sobre todas as nossas liberdades...
A educação nada mais é que a clonagem dos conceitos dos progenitores para as suas crias, onde não há lugar para "unidades defeituosas"...

Neste mundo... nesse mundo... naquele ou em qualquer outro... a liberdade e a morte interceptam-se e interagem atingindo formas que nos iludem na ideia de serem uma só...

Porém algo é certo ambas não passam de um estado mental que apenas alguns conseguem sentir .... ou ser...

... sou.


Este é o meu mundo. Não é o teu! Nem o dele... aquele que te precede ou antecede...

No meu mundo tu não existes! Os teus conceitos, os teus julgamentos ou mesmo os teus conselhos não passam de mais uma fantasia... outra ficção que não a minha.

O convite ao testemunho existe, e por ele espero com ansiedade... é sempre bom visitar novos locais...

Porém aqui não existe espaço para os Juízes, os Psicólogos ou os Exploradores que sentem reconhecer a paisagem... para esses existe uma taça com rebuçados de Fel à porta...

Bom Proveito

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

fogo o texto tá lindo... fikei mm sem palavras... tu vais buscar uma maneira p descrever as coisas k é mm "wooooooooow" lol a sério... adorei a ideia do livro... tens jeito p a escrita:) e n m venhas cá c coisas... eu é k sei:p

Continua assim:)

Winterzinha =º.º=

11:56 da manhã  
Blogger Perséfone said...

Só consigo ler o que escrever em silêncio, gosto de ler com atenção, de entender cada palavra que escreves, de lhes sentir o cheiro o sabor. [fará isto sentido?]

Tenho de concordar com tudo o que a Nela disse.

Sinto-me demasiado burra para comentar qualquer coisa que tenhas escrito. Hoje afundo-me na cadeira e leio. Leio, assimilo, aprendo, tento conhecer um novo local, pode ser? [claro que sim]

Adoro-te [sabes bem disso, mas apeteceu-me repetir-to]

Muah *

11:20 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá,
escrever escreves tu bem, és muito sombrio, com uma compreensão de vida única (como cada um de nós), devido a uma história, ao meio circundante, desde as personalidades por ti idolatradas, ou embevecidas,
até à actual condição de cada um, inluindo a tua própria.
Sendo-me fácil entender a tua perspectiva, devido a uma empatia com os assuntos por ti descritos e mesmo a forma como abordados... sendo unicamente teus, muita gente se pode identificar com eles... e se os escreves neste blog, além de ser como "despreendimento", é também num acto de, digamos exageradamente, comunhão. Deixo um pouco da minha perspectiva, certo de que a pluralidade de experiências, vivências e opiniões, só poderá enriquecer.

Entendo que Mundo ou a Vida, na sua totalidade nunca será plenamente compreendida, isto devido à sua eternidade comparando com os fugazes momentos da nossa existência (os tais 2 dias :)). Budistas, Cristãos, Agnósticos, etc, todos tentam, entre eles, ter uma ideia comum das coisas que percepcionam e de conceitos abstractos - surgindo assim a ideia de sistema social, o tal inexorável e ultra-culpabilizável "sistema".
Enquanto não existimos fisicamente, só, quem sabe, "astralmente", estamos estáveis, quando nascemos, surge a instabilidade... ela propagar-se-á na nossa vida até uma nova, digamos, (...)fase... a morte... e ela seduz... no entanto não creio que seja solução.
Na minha perspectiva, o que interessa é que cada um tenha vontade para ser o que quiser ser, porque o potencial acredito que toda a gente o tem...
E acho que é nisso que acreditas também, não shore? Liberdade de pensamento, cada um fazer as deduções mais rebuscadamente desejadas, cada um penetrar, conscientemente no seu "Inner World", porque inconscientemente já todos lá andamos...mas lá está... estou eu também a praticar o que todo o mundo ñ consegue inutilizar... correndo o risco, se sucesso obter em tal, de ser rotulado de maluco. É a dinâmica inerente ao mundo, aos fenómenos e às pessoas. O melhor mesmo é, sem dúvida, visitar novos lugares... variar a rotina diária e experienciar sem limites.... (esta é a minha concepção!) ou seja, viver como nunca pensamos que seria possível alguém viver!

3:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sinto-me uma verdadeira intrusa a comentar? Reinterpretar quadros adoro. Mas quando os seus autores usam as mesmas armas que eu e já não me podem amputar nada. Espero não ofender ninguém com o que escrever.

O que escreves é de certa forma incompreensível para mim, erro meu aceito, portanto o que comento é a minha interpretação, e os meus acrescentos (restauro talvez muito mal feito) das lacunas que se me abrem perante o teu texto.

Parece que fazes uma dualidade de bem mal incompreensível para mim, pois as palavras-chave na minha perspectiva: surge assim como dois sacos com palavras não organizadas correctamente, segundo esse tem. (um ex.: é a loucura para mim livre ligada aos grandes génios da humanidade, misturada com a cobardia facto que é parasita e de muita ma índole). Talvez eu não tenha aprendido bem as regaras do jogo dadas pela sociedade, e não consiga atingir os teus conceitos/ cenários/significados que cada palavra tem para ti e para muita gente.

Gente e tu, que ?criticam? ferozmente a sociedade; mas é ela que vos permite fazer este tipo de coisas. Conseguirmos comunicar como todas as sociedades, que são lideradas por cada espécie. Mas poderá existir uma ?existência? pura e simples? Sem sociedades? Como seríamos? Meras pedras, cheias de liberdade com muito no coração e no pensamento, sem podermos revelar e sem suportar-mos estar com alguém, de sermos tão cruéis como um ser que nasce, que não tem a noção de nada, e as suas acções serem meros espasmos de conforto ou desconforto, sem ter um porque. Só com um sentimento meramente físico e instintivo por detrás.

O que seria da humanidade sem a sua sociedade, mesmo que seja para infringir as suas normas, e talvez pensar/sentir-se superior ou derrotado; quem pode garantir que ela não existe para isso. Existira-mos nós como humanos ou mesmo como ser??????

Acho que não se deve criticar por criticar algo, pois é demasiado fácil. Quando tentamos buscar uma resposta e construir algo, ai surgem as verdadeiras perguntas que atormentam e que depois de ultrapassadas dão frutos. Construções vastas vem a ser feitas pelos grandes génios da sociedade. Porque não tenta-los ajudar????? Porque não tenta-lo fazer nas nossas próprias vidas??????

Será que a existência é a sim tão pura e simples???? Simples, mas não a conseguimos definir, a compreender na totalidade, quanto mais vivemos mais ela muda. Linear também não me parece. Pura; o que será a pureza da existência??? Os nativos da amazónia??? Adão, Eva, Cristo, Maomé, Buda, e muitos outros??? Homens santos, franciscanos, Dominicanos, monges, carmelitas (?) que vivem eremitas??? Serão puros e simples ou seremos nós todos???? Ou reis, rainhas, empresários de sucesso???

Passarei agora para as ?unidades defeituosas ?, que todos achamos que temos. Que são coisas admirareis pelos outros em nós. Mas serão elas mesmo defeitos, ou meras diferenças. Se não fossem recriminadas e rebaixadas pelos outros, que o fazem só para se sentirem superiores e capazes.

Teremos então todos um mundo próprio impenetrável?? Será ele assim tão diferente da realidade?? Seremos mera ficção?? Viveremos todos enganados?? O que será o real?? Qual o seu conceito e definição?? Será uma coisa abstracta e inatingível?? Porque não poderão as nossas realidades em conjunto ser a própria realidade?? Não seremos nós que a faremos ou construímos?? Porque não poderá ser ela tudo isso e mesmo ate os nossos sonhos??

Por não conseguimos responder a tudo remetemos isso para outras pessoas. Mas não deveríamos ser todos capazes??? Atirando assim para cima de juízes e psicólogos as tarefas mais difíceis, exigindo que sejam super heróis, ou super humanos acima de tudo e que não podem falhar em nada e tendo de estar sempre em consonância com as nossas perspectivas (ignorando as suas e as de tantos outros). Esquecendo que são humanos tal como nós e que se esforçam para dar o seu máximo. Devendo não recrimina-los mas louva-los porque tentam fazer algo (de muito importante), com médicos, e muitas mais pessoas. Tendo a noção que não fazem milagres e que só conseguem a sua tarefa com muita colaboração.

Actuamos então num mundo assim tão desconhecido e conhecido? Com regras que não deveriam existir, mas que não viveríamos sem elas? Não educaríamos ninguém com o medo de o estarmos a moldar? Não o creio, se não servia-mos saiborgues dos nossos pais e ancestrais, a humanidade não evoluiria?Não me parece se seja isso que aconteça.

Peço de novo desculpas se acham que não é um comentário ou que não o conseguem ver como tal, mas tentei dar o meu melhor? Como espero que o continues a fazer. Um enorme beijo (de quem te admira).

Shore Girl

7:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A morte como libertação.
Não estará errado. Ninguem vivo se pode considerar livre pois até a própria condição humana nos impõe limites e prisões, já para nao falar na sociedade.
Mas a nós ninguem perguntou antes do começo se queriamos aceitar a vida, por isso todos andamos aqui, obrigados a aceitar o nosso destino. A unica alternativa é uma incógnita e por isso, poucos a tentam.
Acho no entanto que, se a tentam, é porque nao aguentam viver uma mentira, imposta, fútil, vazia, sem propósito. Talvez o seu ponto de visto nao seja errado tambem; Antes uma alternativa desconhecida, doque uma sorte que nao escolhemos e que em nada poderá ser pior.
Os outros? Os que nao escolhem a alternativa? Vivem, se a isso se pode chamar viver, por entre a humanidade, que nada tem de humano, sempre á espera de algo, que nao sabem o quê.

LordOfAllEvil

8:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A morte está próxima...

Monstro marinho dilacerado nas antracites marés,
A boca da fúria de viagens alienadas,
Veias tolhidas por mares onde é possivel morrer.

Por entre o coral e seu corpo nómada ,a profundidade delirante da visão,
Vestido de bruma e de rio...o calor e o frio!
Captando a fragrância dos distantes marinheiros em cio.
Enche o corpo com os despojos de um navio.

Inocência calcária dos dias...,
Abre frasco com preciosos venenos,
Oferece perolas de envenenadas ostras aos amantes,
Abre brechas no cais a golpes de silex.

bebedeira de frescos venenos,
descobre na febre,a ânsia do eterno viajante.
Ergue o cachimbo,fuma,
fuma sôfrego... o veneno que produz,
Capaz de arriscar a vida, a razão e até matar.
"por uma taça de rebuçados de fel à porta..."
...A morte está próxima!

"corpus in articulo mortis,hora mortis,hora venit"

2:22 da tarde  

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