sábado, março 12, 2005

NecroSophia

É com tristeza que retorno aos teus braços, esses que me abraçam e servem de refúgio.
Adoro beijar esses lábios, pois eles recusam trair os meus pensamentos e expor a minha verdade. És tu a única que não me julga, aquela que não me tenta interpretar (e consequentemente nunca me interpreta mal), julgar ou aconselhar.
Adoro a tua inigualável e inabalável capacidade de me ouvir, contigo posso partilhar tudo, contigo arejo a alma e contigo a purifico.
A força que me cresce dentro, quando me ligo a ti é tal, que arrisco que te tornes um subtil veneno que me entorpece a dor.

Alguém disse "quanto mais conheço os homens mais gosto dos cães"... pois bem quanto mais conheço os homens mais vontade tenho de estar sozinho, é com tristeza que vejo que os jogadores de qualidade do jogo que é a minha vida, são cada vez menores... talvez assim tenha sido sempre, só que eu agora vejo-o.
Esse repúdio que sinto pela mente humana é tal que não consigo entender como sou um deles...
Pois bem quanto mais essa repulsa cresce, mais eu me vejo impelido na tua direcção, de volta para os teus braços.
Hoje diagnostico que a minha raça tem severos problemas psicológicos:
Egocentrismo, estupidez, apatia, mas o pior de todos e o que me perturba real emente é a Hipocrisia.
A sinceridade não consta no livro de boas maneiras... é este o mundo que me espera lá fora.

Deseja me sorte.

11 Comments:

Blogger Aislyng said...

...nacimos del vientre de la oscuridad, arrojados a la existencia, estamos condenados. Condenados a vivir, condenados a ser. Maldecimos aquello mismo que anhelamos mientras retornamos de forma inevitable al mismo punto al cual juramos no volver jamás.
Pero... ese fue el trato, y así resultó ser el juego; ñao?

Un beso... muy fuerte para ti, y cuidate.

8:29 da tarde  
Blogger Perséfone said...

[...]

Filinto - Zombais de mim.

Alceste - Não zombo não. E não vou poupar ninguém nessa minha acusação. Tenho os olhos magoados, e o que se passa aqui, na corte e em toda Paris, só me manda o fel à boca, a bílis faz rebentar. Entro neste negro humor, nesta tristeza profunda, quando vejo aqui os homens a viver dessa maneira. Por toda a parte o que encontro é lisonja e cobardia, é a injustiça, o interesse, a traição e a falsidade. E já não suporto mais, ando já fora de mim e vem-me toda a vontade de abrir guerra violenta contra toda a humanidade.

[...]

Achei que de certa forma [talvez em muitas] te fosses identificar com a personagem de Alceste. Um revoltado com a falta de carácter que os seus contemporâneos demonstravam ter. Um defensor do verdadeiro significado da palavra amizade. Alguém que se recusa à indigna e infame cobardia de trair a alma. Enfim, alonguei-me, talvez de mais com coisas que não interessam mas.. a verdade é que ainda hoje, após tantos anos de evolução o homem continua a agir da mesma forma. Poucos são os que permanecem "livres" por nunca terem traído.

Adoro-te tá? Beijo *

6:55 da tarde  
Blogger Perséfone said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

7:01 da tarde  
Blogger Shore said...

Liberdade:

- Sabes quém eu sou?

Perguntou ao candeiro

- És uma miragem, e pertences ao livro, dos sublinhados provocadores, que são os poetas, almas sonhadoras...

(Mão Morta)

almas sonhadoras...

If you want to kill me... kill my dream

7:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É pena que tenhas escrito este texto por teres te xateado com uma pexoa k nâo o merece... mesmo axim sabes k tens sempre alguem em kem kontar além do teu "eu"!!!! Não prexixas de tar sempre sozinho visto k tens pessoas kom kem podes contar k te adoram e fico triste por pessoas que não merecem magoarem-te... pensa nisso!!! adorot violeta

3:38 da manhã  
Blogger Shore said...

Mais uma vez te escrevo, pois mais uma vez me sinto desumano perante,estes humanos...
Porquê não leêm eles antes de se exprimirem?

Transcrição:

"És tu a única que não me julga, aquela que não me tenta interpretar (e consequentemente nunca me interpreta mal)..."

Este é um espaço aberto para todos contribuirem para o crescimento da noção "Sophia".
Contudo quando decidem analisar quem o que está por trás dos textos, estão a cometer uma das maiores falácias...

Mantenham o crescimento ...

3:49 da tarde  
Blogger SweetSerenity said...

Não sei, talvez seja este o texto em que mais te senti. Talvez tenha acompanhado melhor as palavras, talvez tenha percebido melhor a ideia que transmites e o sentimento que do texto transborda, talvez também por perceber um pouco do que sentes (um pouco porque tudo nunca se percebe).
Tal como a Vera, eu lembrei-me da personagem Alceste de "O Misantropo" como alguém com ideias semelhantes e o mesmo desgosto pela humanidade como tu. Desta personagem louvo a lucidez de espírito que tem perante as "calamidades" da sociedade, aqueles erros tremendos cometidos minuto após minuto, a hipocrisia ligada ao snobismo, ao cinismo que é algo que enoja e, sinceramente, por tanto desgosto que me causa, começo a sentir compaixão, ou qualquer outra coisa que não consigo intitular, por essas mesmas pessoas que teimam em mostrar gestos foscos e descoordenados face ao que são. Porque, na verdade, que inteligência têm elas? Ou seja, qual o seu discernimento perante a essência? Porque não se apercebem que parecem mairionetas comandadas por uns e outros e as causas das queixas que tanto fazem estão nas "etiquetas" que com tanto cuidado e snobismo elaboram. É triste saber que a realidade de cada ser se esbarra contra a realidade instituida pelos mesmos. Há tanto receio pela diferença, não há? Talvez por isso a sinceridade não conste no livro das boas maneiras, porque assim sendo, a diferença de cada ser transbordaria e quebraria todo o estereótipo. Só não percebo porquê tanto empenho em que tudo seja igual...

Beijo*

P.S. Bem sei que me alonguei demasiado, peço desculpa.

12:48 da manhã  
Blogger Shore said...

Não existem neste blog comentários demasiado longos... apenas alguns demasiado curtos!

Fico contente que tenhas algo para contar ou expressar é sempre bom e és sempre bem vinda.

Beijo grande e Obrigado

10:31 da manhã  
Blogger Der Überlebende said...

Olá,
É a primeira vez que visito o teu blog. Também eu sou fascinado pelas sombras góticas da humanidade, pelos desníveis inquietos da insanidade e pelos labirintos erráticos da impredictabilidade da alma humana. Senti afinidade em muito (do pouco)do que li neste teu canto do mundo. Esperando que não me leves a mal pela possível precipitação, lanço-te a proposta que fiz à Perséfone (voguei do blog dela para o teu). Será que te consigo motivar a entrares no "Desafio 500", o desafio que lançámos no blog da booklover (adoro-ler.blogspot.com) em Janeiro. O jogo é simples: um texto de tema absolutamente livre com uma única regra - tem q ter 500 palavras(incluindo titulo)! Nem 499 nem 501. Já publicamos cerca de 20 textos originais(de 7 autores diferentes), mas gostariamos de ter novos autores a alinhar neste jogo. Será que podemos contar contigo?

1:46 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Li e reli teu texto... e fikei praticamente sem palavras... Como te compreendo (infelizmente). Preferia não compreender... não me aperceber do podre que é a humanidade em geral! Raros são os seres que se assemelham à nossa imagem e que merecem nosso pensamentos e devoções... Ao menos tenho a possibilidade de revelar por palavra (escritas ou proferidas) e por acções quem são eles e porque me são tão especiais...

E assim, posso aqui revelar que tu és uma dessas pessoas... não te sei explicar... sinto-o... Tens uma luz interior muito grande...

Ela deseja-te sorte... e eu também... Que a sua força esteja contigo... eu sei que estará e tu também...

Bjos da tua miguita;)

4:48 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

(comentando a primeira parte)

Adoro o sentimento de frustração e dedicação ao mesmo tempo. O sentimento de nostalgia e melancolia. O sentimento de aceitação...
Tudo isto, o que me transmites!

'És tu a única que não me julga, aquela que não me tenta interpretar (e consequentemente nunca me interpreta mal)' - adoro!


A parte seguinte requer 'horas mais claras' para ser comentada...

um beijo *

3:29 da manhã  

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