terça-feira, maio 09, 2006

Homo Superior

"... o despertar de uma nova espécie. O deslumbrar do futuro...




Eu!
Homo Superior, filho do abismo e da humanidade... a perfeição da essência e a essência da perfeição.

Livre da carne e livre de espírito... incapaz de amar, pois sou estéril de fraquezas.

Sou aquele que nada teme, pois nada tem a perder, nem a ganhar o limite da existência foi já atingido.

Eu sou aquele que tu nunca serás, nem sonharás... nasci para apagar a "humanidade" do seu significado...

Amanhã todo o livro será negro, negro carregado, tão carregado que nem mesmo os demónios se atreveriam a imagina-lo assim...

... o meu propósito é apenas o de redimir o mundo do seu pecado... a sua própria existência!

Hoje sou a unidade, mas amanhã haverá muitos mais... a semente espalhar-se há...

Mas não posso permitir que ela seja corrompida por vós, ou mesmo por eles...

Não!

Os indignos serão apagados, tal como o serão o céu e as trevas... pois eu sou livre de existir...

Curvem-se perante o primeiro de uma nova espécie... da única espécie: Contemplem Homo Superior!

Elevem-se!... Ou para sempre sejam esquecidos!"


Enjoy!

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

epah, altamente essa cena! Não conhecia este blog, mas tou com intenções de o ler até ao final. Pouco a pouco chego lá =D.

Este texto do Homo Superior ta mesmo brutal. So falta um bom som sombrio a acompanhar,lol...

Fica bem Shore!

Abraço

6:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Acho que é algo comum à especie humana: ninguem gosta de ser insignificante, seja pela ambição, por razões históricas, metafisicas, ou mágicas, todos tentam arranjar uma desculpa para se sentirem especiais, diferentes do resto do ser comum. Eu reconheço a minha insignificancia cósmica. Recomendo-o a fazer o mesmo, poupando-lhe desilusões.

11:39 da manhã  
Blogger Eduardo said...

Será este o elogio do egoísmo? O auge da introspecção que encontra defeito em toda a humanidade, sem excepção? Homo superior, o que nada teme, que está, mas não é, omnisciente. Assim, numa pseudo-omnisciência e e pseudo-grandeza, o Homo Introspectus refugia-se no ego e jura mudar o mundo, apagando as imperfeições - os indignos, na esperança de não ser o único que realmente é! Uma verdadeira utopia!!!
Concluindo, a distancia a que o narrador está do autor demonstra uma clara sensibilidade deste para a observação da choldra em que o mundo se tornou e uma cada vez mais agudacidade percepcional, nunca se envolvendo emocionalmente, mas expressando-se. Excelente texto!
Gd abraço amigo

11:55 da tarde  
Blogger Bigmac said...

Vestido a rigor (foto em cima) para melhor me confundir com os locais de estilo branquinho e lavadinho, lá me desloquei ao Egipto aproveitando em época baixa uma promoção de viagens da net . Claro que esta deslocação foi quase forçada por uma amante virtual descoberta pelo seu marido, que talhante, me tinha ameaçado cortar o mangalho e colocá-lo na soleira montra do seu estabelecimento junto às alheiras de Mirandela. Um pouco receoso decidi não arriscar essa sina depois de o ter tentado convencer a não cometer tal acto atroz. Inflexível a tal demanda e perante desmesurados argumentos, decidi apanhar um ar menos vaqueiro.

Preparei convenientemente a viagem efectuando buscas informáticas sobre sopeiras regionais Egipcias e outros condimentos gastronómicos e depois de várias conversas num chat africano admiti ter encontrado a mulher da minha vida.

Enfrentando a imprevisibilidade de um “Date” internacional em tórrida terra, esperei a minha musa no bar do hotel, ansiando cada segundo pelo encontro, tragando whiskies a cada minuto e embebedando-me em menos de meia hora.

Ela chegou artilhada dos pés à cabeça com os argumentos carnais que o seu Deus Egípcio lhe fornecera gentilmente e começámos a conversar depois de um longo Kiss introdutório. Parecia impressionada com o meu aspecto e as minhas indumentárias que respeitavam interiormente a cultura do seu país.
Quente pelo beijo e pelos Whiskies crescia a expectativa de a conhecer, para tal acrescentámos a todos os argumentos descritos o seguinte diálogo:
- Estava com algum receio de te conhecer minha princesa.
- Eu também meu amor de Portugal.
- Quero avisar-te que as minhas expectativas quando são concretizadas não duram mais de 3 minutos.
- Porquê amor?
- É a primeira vez que falo com uma gaja sem ter de usar o cartão de crédito, e tenho de me despachar para não sair muito caro. Tenho de avisar-te também que tenho herpes genital e necessidade de me coçar regularmente o que me impede de me sexuar prolongadamente.
- Portugal tem coisas tão bonitas, aqui não existe isso amor!
- Pois não! Foi um policia transsexual que me pegou isso e sem me ler os direitos.
- Mas já fizeste isto antes?
- Não, mas o Barman disse-me que na happy hour podia ter uns Wiskies de borla.
- Não brinques, responde! Já fizeste isto alguma vez?
- Não, nunca. Estava combinado fazer no mês passado com uma conhecida rameira da net mas a porra da herpes labial rebentou e então tive de desistir do Kickbox com o marido do talho. Para além disso a minha noiva morreu quando tinha 15 anos e os meus amigos incentivaram-me a vir copular e conhecer novas coisas depois também de ter perdido um rim numa bebedeira de um casamento homossexual onde acordei com duas cicatrizes, uma era nos rins. Por acaso não viste por aí algum espanhol a correr com um saco arrefecido na mão?
- Algumas especiarias egípcias curam o herpes com um adsevinho discreto, mas ainda não inventaram o ponto certo para outras perfurações do sono. Mas o que fazes na vida?
- Sou advogado, defendo crimes sexuais de menores e em part-time faço e pago seguros de vida e apresso os idosos a entrar na cova para receber o dinheiro, mas primeiro conto umas piadas, eles têm de se divertir. Mudei de vida recentemente, era padre católico mas devido aos escândalos recentes não irei auferir benefícios na segurança social.
- Isso é fascinante amor, aqui no Egipto não temos nada disso.
- Eu sei, é por isso que estou aqui, além de te querer copular ainda existe oportunidade de negócio, temos de expandir os horizontes. Para além disso estou a escrever um livro.
- Um livro? Sobre o quê?
- O erotismo homosexual, precisava de conhecer alguns rabilons locais para experimentar umas teses da vida nas prisões. Estou certo que compreendes minha gíria egípcia!
- O que queres saber sobre mim?
- Nada, apenas no que pensas quando te masturbas.
- Como?
- Claro que te masturbas, admite!
- Não!
- Só existem dois tipos de mentirosos egípcios, os que dizem que não e os que dizem que desistem.
- Estou a começar a desconfiar que não queres ter uma relação séria comigo. Pensava que subíamos para o quarto e depois de muita apalpadela, linguas torcidas, esfrega-esfrega e o coça-coça das herpes podíamos casar.
- Estou desconfiado que se o fizesse veria essa bela donzela pela porta entreaberta da casa de banho a mijar de pé.
- Mas iria escorrer pelas pernas.
- Acredita minha filha, tem fé, é a fé que nos une, um dia hás-de conseguir mijar de pé.
E assim acabou a minha aventura em terras egípcias, a mulher da minha vida, a minha gíria egípcia não tinha sido moldada pelos padrões eclesiásticos que a fariam minha mulher.
Decidi em terras lusas enfrentar os barões assinalados em talhos desconhecidos.

1:49 da manhã  
Blogger Perséfone said...

Estou numa daquelas noites, num daqueles estados, em que nos toma uma euforia e necessidade aguda de bater com os dedos nas teclas para formar pensamentos, emitir opiniões, dissertar sobre qualquer coisa, nem que seja sobre o som do bater das asas de um mosquito esfomeado que nos interrompe o sono numa noite tranquila.


Bem, lembrei-me então, de que já há muito tempo que fizeste este teu post e que eu [mais para mal dos meus pecados do que dos teus (nem sei bem o que quero dizer com isto)] ainda não lhe meti a minha colher. [subitamente apeteceu-me dissertar sobre este ditado. mas deixo isso para outro dia]


Ora. Vou então polir a minha ferramenta [ai se eu fosse rapaz esta afirmação podia ter umas interpretações maliciosas.. ihih Mas como eu sei que se trata de ti [em geral, really] mesmo sendo uma rapariga encontra-se malicia em qualquer coisa :D ai pronto. moving on.] e vou-me por ao trabalho.


*ajeita a babete, cola-se ao prato, [é importante que nada escape e seja desperdiçado] e abre a boca ameaçadoramente, de colher em riste e olhos famintos em direcção ao teu post.*


Todos nós temos o nosso Quê de Homos Superiores. Todos temos o devaneio irrealista e assumimos constantemente o papel, perante os nossos olhos [e consequentemente, perante a Humanidade, pensamos nós] de Super Heróis, incitadores da mudança, restauradores da Justiça e da Integridade [valores que verdadeiramente nunca existiram em ninguém, muito menos numa sociedade.]

Ó entendo perfeitamente o equilibrio que exaltas e por que lutas. Entendo perfeitamente que não és um ser ingénuo e que a tua "salvação" é muito mais complexa do que eu possa algum dia tentar começar a explicar. A minha também o é. E creio que nalgum nível existe um entendimento especial entre nós nessa matéria. Quando irá o Homo Superior que nos vela o sono despertar para o Mundo? Quando se irá iniciar a mudança? Quando seremos nós capaz de lidar com o que somos? Sei lá. Provavelmente só daqui a Milhões e Milhões de anos. Mas digamos que abrirmos os olhos para o Pensamento já é um pequeno passo nessa direcção. Quem sabe não somos já nós sinal de um despertar?



Sempre apreciei esta tua qualidade de Homo Superior, sempre a vi não como muitos [os tacanhos e ignorantes] a encaram, como uma postura arrogante ou cínica, mas como uma filosofia de vida de uma busca de honestidade louvavel.




Vá, brindemos ao nascimento do Homo Superior!

"Elevem-se!... Ou para sempre sejam esquecidos!"



txin txin!






Amoro-te Padrinho*

1:52 da manhã  
Blogger Perséfone said...

Bem, para quem estava com tanta fome [ou pelo menos assim deu a entender] pensas tu, não dissertei muito sobre o assunto não é? Talvez porque o mais importante neste momento nao seja expo-lo ao mundo mas construi-lo interiormente, para que quando o tempo da revolução chegar nao sejamos suprimidos pelas massas cinzentas das gentes aborrecidas e conformistas que nos rodeiam. [e agora tu pensas, a rapariga esta parva. pois. nao interessa. talvez esteja. mas espero que compreendas pelo menos um bocadinho do que te disse e que pesques mais um bocadinho do que nao disse. porque é nesse pescar e construir de ideias que esta a beleza da nossa realidade interior não é? é disto que o nosso Homo Superior subtilmente se alimenta, e é claro eu gosto sempre de tentar contribuir para o crescimento forte e saudavel do teu. ^^]

1:57 da manhã  
Blogger SweetSerenity said...

Saudades de te ler, ainda que não te consiga escrever :/

*

12:09 da manhã  
Blogger Perséfone said...

tas looooooooooooonge!


*.*
(weeps)

8:58 da tarde  
Blogger Cinebook said...

Olá, tudo bem?
Adoro este texto e me ajudou na criação de uma história. Essa imagem também é incrível. Gostaria de saber se tanto o texto como a imagem são criações suas, se não, de onde tirou. Parabéns pelo blog. É demais.

10:17 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home